Pandemia, cortes e ataques a ciência, negacionismo, lutas políticas e capitalismo. O que aprendemos divulgando ciência e educação nesse contexto? O que podemos te ensinar com isso? Confira no episódio da semana.
Não sei para você, mas para mim, parece que 2020 e 2021 foram uma coisa só. A pandemia e a ausência das festas e comemorações de final de ano fizeram com que eu não passasse pelos ritos de passagem.
Ahhh o tempo, uma palavra com tantos significados: filosóficos, científicos e cotidianos. Para a física (uma invenção social) o tempo é uma grandeza passível de medição, provavelmente teve início com a origem do nosso universo, terá final, quando talvez, nada restar no vazio da morte do cosmos. Para nossa sociedade, isolada aqui nesse planetinha rochoso, o tempo é uma invenção social, de início, acompanhando os fenômenos da natureza e mais recentemente a tecnologia do relógio começou a sincronizar o tempo da humanidade a partir da Europa.
Para nós, meros indivíduos que dividimos o mesmo tempo histórico, o tempo parece passar cada vez mais rápido, os dias estão menores, as semanas e os anos. Nosso tempo é determinado pela nossa jornada de trabalho, o tempo também tem o status de recurso e talvez você já tenha ouvido: tempo é dinheiro. Nós gastamos nosso tempo, como se gasta dinheiro. Nossa rotina é comandada pelo tempo, pelos prazos que estipulamos e pelos prazos que estipulam para nós.
Cada dia parece que temos menos tempo e mais coisas para fazer, para realizar, para comprar, antes que tudo acabe. Nossa vida, e consequentemente nosso tempo, são determinados pelo MERCADO. E nessa roda-viva de tentar alcançar metas, acabamos deixando a areia escorrer pelas nossas apertadas mãos ansiosas enquanto tentamos dominar o tempo. O tempo que deveria ser de cada um, parece que tem um dono, que não somos nós.
Esse ano de 2021 me mostrou que devemos repensar o que fazemos com nosso tempo. Com essa internet aqui, nosso tempo, nossa atenção, nosso futuro e nossos dados viraram mais do que nunca dinheiro, recurso. Temos um mar de informação diante de nós, mas mesmo assim seguimos perdidos, a deriva. Por isso precisamos de faróis para nos guiar para caminhos em que possamos construir conhecimento e sabedoria para podermos aprender a viver e construir uma sociedade melhor. Acredito que dois bons guias para esse caminho é conhecimento científico e a educação formal crítica, libertadora.
Precisamos mais do que nunca ter a oportunidade de passar (e não gastar) nosso precioso tempo construindo lentes que nos permitam ver o mundo para além dos interesses daquilo e daqueles que nos controlam. Podemos ver o mundo de outra forma, de uma forma mais crítica, mais empática e altera, mas isso é tirado de nós pelo interesse de alguns com mais poder.
Por isso, aqui no ensinecast nesse último ano nós tivemos a pretensão de oferecer novas lentes para você enxergar o mundo: as lentes do conhecimento científico e as lentes da educação que tanto almejamos para todos.
Por isso, no episódio da semana falamos um pouco sobre como foi falar de ciência e educação nesse ano de 2021. Esse episódio não é para ser uma retrospectiva, mas um causo dos nossos aprendizados e como esses aprendizados podem ensinar algo para você!
Referências:
Espiral da cultura cientifica: Espiral, cultura e cultura científica - (comciencia.br)
コメント