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Como é se formar para ensinar ciências?

Não da para dizer que vivemos em uma sociedade que não tem seus problemas, no mínimo. Vivemos crises politicas, econômicas e principalmente sociais e ecológicas. Tudo isso nos leva a pensar: que tipo de humanidade temos construído? E no Brasil especificamente, que tipo de sociedade buscamos? Sem dúvida buscamos uma diferente dessa que existe hoje, uma civilização que seja mais justa com cada vez mais pessoas e com os ecossistemas. Uma sociedade que sobreviva através do milênios com qualidade de vida para cada vez mais pessoas.


Nessa busca, de uma civilização que aceite e valorize sua diversidade, a educação formal tem um papel central, ou pelo menos deveria ter. A escola básica, por onde quase todas as pessoas passam deveria ser um espaço de construção de uma sociedade diferente da que existe hoje (pois afinal né, a que existe hoje está se auto destruindo e levando a maior parte da vida na terra consigo). Deveria ser um espaço de transformação, onde as pessoas fossem convidadas a encarar nossos problemas sociais e buscar soluções para eles. Porém, sabemos muito bem que apesar da luta de muitos, a escola e o ensino de ciências tem mais reproduzido do que transformado e sociedade.

Mesmo assim, nossa luta não para. E para isso, existe um grupo de pessoas com um papel fundamental, central, na busca por um ensino de ciências transformador: os professores e professoras de ciências. Tal missão de educar pessoas tem tudo a ver com a luta pela mudança da nossa sociedade. É na escola, no processo educativo de crianças, jovens e adultos que mora um espaço em que podemos nos livrar de certas amarras e mordaças sociais para discutir com muito embasamento certos problemas. E a partir disso buscar soluções e nos mobilizar socialmente.

É grande a responsabilidade de professoras e professores de ciências. É maior ainda a carga de conhecimentos necessários para atuar no ensino das ciências. Devemos saber muito dos conteúdos científicos e muito das maneiras de como transpor esse conteúdo paro o conhecimento escolar. Mas devemos saber muito mais: sobre mercado de trabalho, relações pessoais e trabalho em equipe, conhecimentos socio-emocionais, legislação e no Brasil de hoje: principalmente mobilização política pela classe dos professores.

Confesso, quatro ou cinco anos de formação de professores jamais conseguiriam nos ensinar tudo isso. Por isso professores são eternos estudantes, articulando a sua prática escolar atual com séculos de teoria e vice-versa. Se construir uma pessoa que ensina ciências é uma tarefa árdua, mais árdua ainda num país que mente para si mesmo dizendo que valoriza os profissionais da educação. Num país que faz uma verdadeira caça as bruxas de professores que lutam com mais ênfase pela transformação.

O ensino de ciências tem muito potencial para ser um espaço de investigação critico sobre a sociedade. Afinal, o próprio conhecimento científico tem como fundamentos o ceticismo organizado e bem embasado, o amparo em evidências e a aceitação da transformação baseada num processo de investigação coletivo. E existem forças que nos impedem disso tudo, se você nos ouve sabe quais são.

O episódio dessa semana é um pouco sobre isso: quais os desafios que enfrentamos para nos formar como pessoas que vão ensinar ciências? Nascemos com um dom mágico para sermos professores e professoras, ou precisamos nos formar? O que a pandemia causou na formação de professores de ciências?

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