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E se eu estiver errado? (DHC #007)

Quer saber por que as vezes você deve admitir que está errado? Que precisa ler mais e que talvez tenha lido textos que não são o consenso científico? Confira esse novo DHC!


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Nos episódios anteriores falamos um pouco sobre como a ciência funciona. Como um campo vasto e seguro do conhecimento humano, a ciência possui diversas características, como: racionalidade, objetividade, socialização, historicidade, questionamento sistemático, dialeticidade/discutibilidade e paradigmática.

Mas a característica que mais admiro na ciência é a obrigatoriedade de se admitir que está errado diante dos fatos conclusivos que contrariam suas crenças.

Se admitimos o erro, aceitamos uma das mais profundas características humanas, o ato de ser falho. Nossa memória é falha, tendemos a dar mais importância naquilo que queremos acreditar, temos uma visão limitada da realidade, em cores, cheiros, sons e toque.

Pois afinal são dos erros que a ciência é feita, todas vez que erramos e sabemos disso, abrimos possibilidades para a busca de mais respostas. Desconfie de informações que te traga certezas, verdades inabaláveis vindas da ciência. O papel da ciência não e provar se algo é certo ou errado, mas sim, oferecer uma visão mais segura possível na realidade, e só somos temos segurança quando compreendemos as possibilidades de acidentes. Muitos dos maiores desastres do mundo aconteceram porque ignoramos a probabilidade de estarmos errados. Mas muita descobertas fantásticas aconteceram porque descobrimos o erro também.

Todo bom cientista deveria ter a humildade de aceitar que suas hipóteses, teorias e descobertas podem estar erradas. E a maioria dos cientistas é assim na verdade. Essa mesma característica deveria se espalhar pelo Brasil de hoje. Em que assistimos e participamos de intermináveis brigas e conflitos na internet, recheados de achismo e visões de um único ponto de vista: O seu.

Se no nosso dia a dia, tivéssemos a capacidade de aceitar que talvez estejamos errados, se tivéssemos um certo ceticismo que é duvidar com cautela do mundo a nossa volta ou das “aspas” verdades que nos vendem, se tivéssemos a curiosidade de explorar e duvidar do mundo a nossa volta, o Brasil estaria bem melhor.

Nós iríamos ter curiosidade, ouviríamos e tentaríamos entender melhor os problemas do outro, não íamos apoiar um governo que faz pouco caso da ciência, que ignora conservação da floresta mais fantástica do mundo, que tira cada vez mais dinheiro da educação em todos os níveis, que faz uma péssima propaganda de cientistas e professores, e que demonstram um total despreparo e formação para ocupar um cargo tão importante.

Se tivéssemos algumas das características da ciência, não iriamos ver o mundo apenas com os olhos do consumo, de comprar e vender coisas. Ou medir as pessoas pelo seu valor de mercado.

Se fossemos assim, poderíamos chegar ao que se chama de consenso científico. que a posição em que a grande maioria dos cientistas chegam ao concordar sobre um assunto. Claro, depois de muito debate e muita humildade em aceitar os erros e corrigi-los.

Mas é claro, eu posso estar errado. Mas não é bem o que o consenso científico tem mostrado.


Referências


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